segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Romantismo 3º fase


A poesia condoreira ou social. 
 
A Guerra do Paraguai, a Campanha Abolicionista, a Crise do Segundo Reinado e os ideias republicanos, galvanizaram a inteligência brasileira, na década de 1860/70, beneficiando assim o aparecimento de uma modalidade da poesia pública ou social.
 A terceira fase romantica Condoreira as imagens representam a liberdade.

FILME NAVIO NEGREIRO





Castro Alves: Nasceu na Bahia, em 1847 e se tornou célebre por sua obra abolicionista. Na realidade, o poeta buscava um grande sonho: a república, soluções de todos os problemas vividos pelo país. O importante para ele era a derrubada do trabalho escravo.

Obras: Castro Alves
            Navio negreiro (poesia)
           Vozes d’África (poesia)
           Saudação a Palmares (poesia)
           Os Escravos
           Espumas flutuantes

NAVIO NEGREIRO

O poema descreve com imagens e expressões terríveis a situação dos Africanos arrancados de suas terras, separados de suas famílias e tratados como animais nos Navios Negreiro que os traziam para ser propriedade de senhores e trabalhar sob as ordens dos feitores .                                                      Africanos, dos mais variados povos e etnias, foram capturados e trazidos à força para a América para trabalharem como escravos. Independentemente de suas origens étnicas, todos enfrentaram algo comum: a travessia do oceano Atlântico em um navio negreiro. 






Era um sonho dantesco... O tombadilho 
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... Estalar de açoite... 
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar... 
Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue das mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs! 
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente 
Faz dou das espirais...
Se o velho arqueja se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... O chicote estala.
E voam mais e mais... 
Presa nos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece, 
Outro, que martírios embrutecem,
Cantando, geme e ri! 
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..." 
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
          Faz dou das espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
          E ri-se Satanás!... 
 


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